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sábado, 14 de dezembro de 2019

O NEGÃO - Epílogo


Quando chegou a noite Mariana, sem saber das agruras do amado, foi à casa de George e abriu o coração. Não agüentava mais ficar longe. Compreensiva ela disse que aceitava as tradições familiares dele e que mesmo que não transassem ainda, o importante era o amor que ambos sentiam, a cumplicidade, o entendimento, a parceria, a magia que acontecia quando faziam qualquer atividade juntos. Ela sentia que ele a amava da mesma forma, percebia como ele ficava bem ao lado dela. Por que adiar aquela convivência que tão bem faria a ambos?  E continuou o discurso, afirmando que para ela o sexo não era o mais vital. Fundamental para ela era poder participar inteiramente da vida dele, partilhando cada segundo, valorizando cada momento, repartindo felicidades e dificuldades. Era somente isso que ela queria. Ser uma companheira leal, vibrante, amorosa e totalmente fiel. Ela, só por estar ao lado dele, seria uma mulher satisfeita, feliz e completamente realizada.

Aquilo o atingiu feito um raio. O seu coração foi tomado de aflição ao ouvir as palavras que qualquer homem gostaria de escutar de uma mulher. E agora? Enquanto Mariana falava o Negão Japonês pensava no que fazer. A vontade dele era abraçá-la, beijá-la sem parar, passar as mãos pelo deslumbrante corpo da sua amada percorrendo e curtindo cada pedacinho. Desejava mesmo era arrancar as roupas dela e possuí-la loucamente com a paixão desvairada que pulsava dentro dele. Queria aquela mulher para toda a vida, mesmo com uma jurumba tão insuficiente. O Criador tinha sido deveras sovina com o seu roliço, mas ele não podia mais viver sem Mariana. Não havia saída, a sinuca estava na mesa. Teria que confiar no extremado amor que experimentavam um pelo outro. E o que fez foi ajoelhar-se aos pés da sua ninfa, emocionado e com os olhos marejados. Trêmulo pegou as mãos de Mariana, beijou-a ternamente e com a voz embargada pediu a sua amada em casamento, mesmo morrendo de medo do que o futuro pudesse lhes reservar.

Mariana ajoelhou-se ao lado de George e beijou-o tão ardorosamente que o calor dos lábios deles se tocando tomou conta dos seus corpos inteiramente. Foram para o quarto e deitaram-se na cama abraçados. A paixão era tão sólida, a sintonia tão magistral, que a energia que rolava no momento os aqueceria por todo o inverno. Os carinhos foram aumentando, não dava para segurar. O rapaz, fervendo, mas suando frio, sentia a sua sarobinha dura e ereta com dois centímetros de comprimento. Mariana vibrava excitada nos braços de George, que a amava tanto que não poderia encobrir dela o seu segredo, mesmo que ela o rejeitasse. Ele entenderia e acataria a decisão daquela mulher maravilhosa com a qual gostaria de fundir-se.

E chegou a hora da verdade, o momento da revelação, o instante em que aquele romance tornar-se-ia definitivamente impossível. Não se localizou nos arquivos dos corações, não se tem notícia de ter existido tamanho amor platônico. Esses eram George e Mariana, donos de um sentimento tão poderoso e que poderia se tornar fugaz como aquele dia em que se acorda e se sabe que será o melhor dia da nossa vida, mas com prazo para terminar à meia-noite. A saudade desse dia ficará guardada perpetuamente na memória, pela intensidade do que se viveu. Um amor cujo gosto nunca mais sairá da boca e exalará interminavelmente dos poros em cada gota de suor. Uma paixão que circulará no sangue como um vício sem cura enquanto houver alento. Uma separação que levará os sorrisos para lugares tão distantes que nunca mais alguém os encontrará. E uma estória que se transformará numa lenda cantada pelos trovadores e poetas com a melancolia dos lobos da estepe uivando pra lua.

Quem olhasse para os olhos de George naquele momento saberia toda a dor do mundo. A dor do sol quente e solitário na imensidão do céu. A fria dor vivenciada pela própria solidão abandonada à beira mar. Ele continha o olhar do náufrago para o céu estrelado. Porém, mesmo com o Negão Japonês prevendo a tragédia, as roupas foram caindo até sobrarem apenas a cueca e a calcinha. George e Mariana olharam bem fundo nos olhos um do outro. Ele até que corajosamente respirando arfante e ela um tanto quanto temerosa com a respiração presa, tiraram as roupas que restavam.

Mariana abriu o mais suntuoso e extraordinário sorriso ao olhar a subdesenvolvida vassourinha de George. À espera de ser vexado ele não resistiu e olhou pela primeira vez para os pelos pubianos bem depilados que protegiam a vagina da moça. Queria pelo menos saborear aquela única oportunidade de admirar a obra celestial em que sonhava mergulhar para misturar-se, derramando nela as águas caudalosas da sua paixão. Todavia o Negão Japonês teve que balançar a cabeça para crer no que via. Ao primeiro exame não encontrou a xoxota da amada. Mariana continuava sorridente enquanto ele esfregava os olhos procurando o paraíso feminino naquele triângulo das bermudas. Olhou com mais atenção e percebeu um orifício tão pequeno que praticamente nem parecia ser uma vulva. Nem o seu dedo mindinho penetraria a minúscula preciosa da sua amada, tão milimétrica era ela. Descobriu arrebatado que Mariana tinha a menor vagina de todas as mulheres do mundo, a anfitriã ideal para a sua pequerrucha salsichinha!

A resposta finalmente fora dada. Uns acreditam que não cai uma folha de uma árvore sem que o Criador o permita e outros têm a certeza de que simplesmente a natureza é sábia. George e Mariana realmente tinham sido feitos um para o outro, mas não lhes importava quem os fizera. Quis o destino que se encontrassem. Um mero acaso, talvez. Quem acredita em sorte?
Sei que viveram felizes para sempre!


FIM

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