Quando chegou a noite Mariana, sem
saber das agruras do amado, foi à casa de George e abriu o coração. Não agüentava
mais ficar longe. Compreensiva ela disse que aceitava as tradições familiares
dele e que mesmo que não transassem ainda, o importante era o amor que ambos sentiam,
a cumplicidade, o entendimento, a parceria, a magia que acontecia quando faziam
qualquer atividade juntos. Ela sentia que ele a amava da mesma forma, percebia
como ele ficava bem ao lado dela. Por que adiar aquela convivência que tão bem
faria a ambos? E continuou o discurso,
afirmando que para ela o sexo não era o mais vital. Fundamental para ela era
poder participar inteiramente da vida dele, partilhando cada segundo,
valorizando cada momento, repartindo felicidades e dificuldades. Era somente
isso que ela queria. Ser uma companheira leal, vibrante, amorosa e totalmente
fiel. Ela, só por estar ao lado dele, seria uma mulher satisfeita, feliz e
completamente realizada.
Aquilo o atingiu feito um raio. O seu
coração foi tomado de aflição ao ouvir as palavras que qualquer homem gostaria
de escutar de uma mulher. E agora? Enquanto Mariana falava o Negão Japonês
pensava no que fazer. A vontade dele era abraçá-la, beijá-la sem parar, passar
as mãos pelo deslumbrante corpo da sua amada percorrendo e curtindo cada
pedacinho. Desejava mesmo era arrancar as roupas dela e possuí-la loucamente
com a paixão desvairada que pulsava dentro dele. Queria aquela mulher para toda
a vida, mesmo com uma jurumba tão insuficiente. O Criador tinha sido deveras
sovina com o seu roliço, mas ele não podia mais viver sem Mariana. Não havia
saída, a sinuca estava na mesa. Teria que confiar no extremado amor que
experimentavam um pelo outro. E o que fez foi ajoelhar-se aos pés da sua ninfa,
emocionado e com os olhos marejados. Trêmulo pegou as mãos de Mariana, beijou-a
ternamente e com a voz embargada pediu a sua amada em casamento, mesmo morrendo
de medo do que o futuro pudesse lhes reservar.
Mariana ajoelhou-se ao lado de George
e beijou-o tão ardorosamente que o calor dos lábios deles se tocando tomou
conta dos seus corpos inteiramente. Foram para o quarto e deitaram-se na cama
abraçados. A paixão era tão sólida, a sintonia tão magistral, que a energia que
rolava no momento os aqueceria por todo o inverno. Os carinhos foram
aumentando, não dava para segurar. O rapaz, fervendo, mas suando frio, sentia a
sua sarobinha dura e ereta com dois centímetros de comprimento. Mariana vibrava
excitada nos braços de George, que a amava tanto que não poderia encobrir dela
o seu segredo, mesmo que ela o rejeitasse. Ele entenderia e acataria a decisão
daquela mulher maravilhosa com a qual gostaria de fundir-se.
E chegou a hora da verdade, o momento
da revelação, o instante em que aquele romance tornar-se-ia definitivamente
impossível. Não se localizou nos arquivos dos corações, não se tem notícia de
ter existido tamanho amor platônico. Esses eram George e Mariana, donos de um
sentimento tão poderoso e que poderia se tornar fugaz como aquele dia em que se
acorda e se sabe que será o melhor dia da nossa vida, mas com prazo para
terminar à meia-noite. A saudade desse dia ficará guardada perpetuamente na
memória, pela intensidade do que se viveu. Um amor cujo gosto nunca mais sairá
da boca e exalará interminavelmente dos poros em cada gota de suor. Uma paixão
que circulará no sangue como um vício sem cura enquanto houver alento. Uma
separação que levará os sorrisos para lugares tão distantes que nunca mais
alguém os encontrará. E uma estória que se transformará numa lenda cantada
pelos trovadores e poetas com a melancolia dos lobos da estepe uivando pra lua.
Quem olhasse para os olhos de George
naquele momento saberia toda a dor do mundo. A dor do sol quente e solitário na
imensidão do céu. A fria dor vivenciada pela própria solidão abandonada à beira
mar. Ele continha o olhar do náufrago para o céu estrelado. Porém, mesmo com o
Negão Japonês prevendo a tragédia, as roupas foram caindo até sobrarem apenas a
cueca e a calcinha. George e Mariana olharam bem fundo nos olhos um do outro.
Ele até que corajosamente respirando arfante e ela um tanto quanto temerosa com
a respiração presa, tiraram as roupas que restavam.
Mariana abriu o mais suntuoso e
extraordinário sorriso ao olhar a subdesenvolvida vassourinha de George. À
espera de ser vexado ele não resistiu e olhou pela primeira vez para os pelos
pubianos bem depilados que protegiam a vagina da moça. Queria pelo menos saborear
aquela única oportunidade de admirar a obra celestial em que sonhava mergulhar
para misturar-se, derramando nela as águas caudalosas da sua paixão. Todavia o
Negão Japonês teve que balançar a cabeça para crer no que via. Ao primeiro
exame não encontrou a xoxota da amada. Mariana continuava sorridente enquanto
ele esfregava os olhos procurando o paraíso feminino naquele triângulo das
bermudas. Olhou com mais atenção e percebeu um orifício tão pequeno que
praticamente nem parecia ser uma vulva. Nem o seu dedo mindinho penetraria a
minúscula preciosa da sua amada, tão milimétrica era ela. Descobriu arrebatado
que Mariana tinha a menor vagina de todas as mulheres do mundo, a anfitriã
ideal para a sua pequerrucha salsichinha!
A resposta finalmente fora dada. Uns
acreditam que não cai uma folha de uma árvore sem que o Criador o permita e
outros têm a certeza de que simplesmente a natureza é sábia. George e Mariana
realmente tinham sido feitos um para o outro, mas não lhes importava quem os
fizera. Quis o destino que se encontrassem. Um mero acaso, talvez. Quem
acredita em sorte?
Sei que viveram felizes para sempre!
FIM
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