Imediatamente
apelidaram o rapazote de Negão Japonês. Nem pensem que havia alguma distinção
pejorativa das crianças em relação a essas raças. O menino era negro e não
tinha o menor problema em ser chamado de Negão, aliás, assim era chamado o seu
pai. E o Japonês complemento do apelido também não apresentava nenhuma
destrinça a essa raça de tanto destaque em nosso planeta, mas pegava firme no
brio de negão do moleque porque isso remetia às propaladas características
orientais de terem o canudo acanhado. Ele sentiu-se o mais desprezível dos
seres. Todos os negros do mundo eram possuidores de privilegiados cacetes, os
famosos três-pernas. Por que isso fora acontecer justo com ele? O seu pai era
detentor de um badalo de 33 centímetros, por que com ele a genética falhara?
Tudo em seu corpo era primoroso, se não fosse esse maldito detalhe que lhe
atravancava a vida social desde cedo.
Quando o menino
fez 13 anos os pais, compadecidos com a tristeza do garoto e preocupados com a
precariedade do futuro sexual do pimpolho, resolveram consultar os principais
especialistas no assunto, já que os pediatras nada haviam feito alegando que o
gaiato estava em fase de desenvolvimento. Mas os especialistas consultados julgaram
que aquela situação inusitada não poderia esperar para ser resolvida. Aquele
indício de espiga era um desafio para a ciência.
O primeiro
especialista recomendou aumentar a hastezinha através do método da tração. Os
seus estudos indicavam que uma bengala submetida à tração gradual e contínua,
poderia obter um aumento do tecido peniano de até 2,5cm em quatro meses. E lá
foi o Negão Japonês colocar o milagroso aparelho esticador de bambu por pelo
menos dez horas diárias. Foi um custo para construírem um microscópico
instrumento que se adaptasse a tão pequeno bigorrilho. Estica dali, estica
daqui e nada da flechinha se movimentar. Aumentaram a tração para o máximo, mas
o cabeçudo não se movimentou um milímetro. Desafiado por tão retumbante
fracasso, o especialista resolveu apelar para a instalação de bombas a vácuo
acopladas ao aparelho de tração, para que a vaso-dilatação contribuísse para o
crescimento daquele mísero caralho de merda, mas desistiu. Conseguia resultados
temporários, mas era só retirar toda a traquitana que o dengoso voltava ao
estado de quase inexistência. O Negão Japonês frustrou-se e recolheu-se
conformado a sua secundária posição de eunuco em plena adolescência.
Os pais do
menino não desistiram e foram à procura de outros peritos, viajando com ele
para a Europa. O primeiro clínico consultado por lá prometeu solução através de
um método natural, receitando uma série de exercícios em que o menino
utilizaria as próprias mãos. O Negão Pai quase teve uma síncope no consultório.
Se o moleque não conseguia manipular a porra da girombinha, como iria
exercitá-la? O cara queria aumentar o pênis do menino com punhetas? Ia pagar
uma fábula para uma estultice dessas? Chamando o médico de charlatão, foi atrás
de cientistas mais sérios numa verdadeira maratona. O Negão Japonês foi cobaia
de vários experimentos. Na sua jebinha prenderam pesos, instalaram aparelhos de
estimulação eletromagnética, passaram pomadas, deram banhos de ervas. Tentaram
cirurgias, injeções de metacril e gordura. Nada deu certo. Finalmente derrotada
a ciência, apelaram para curandeiros e benzedeiras, mas a mangueirinha não
cresceu nem com reza braba. O auge do insucesso ocorreu quando um desavisado
médico sugeriu que o menino extirpasse logo o embrião de banana e mudasse de
sexo. Isso foi demais. O Negão Pai quase matou o doutor de pancada...
Quando o garoto
contava 15 anos, estava tão belo e imponente que já havia iniciado a trabalhar
como modelo, ao mesmo tempo em que seguia os estudos numa conceituada escola
parisiense. Com um físico privilegiado, aproveitava para praticar diversos
esportes. Vivia, entretanto, esgueirando-se pelos vestiários masculinos e só
tomava banho em sua casa. Tinha o inconveniente de ter que urinar sentado como
as mulheres, pois senão lambuzava-se todo, mas isso só acontecia nos reservados
dos toaletes, portanto conseguia ocultar esse procedimento dos amigos. Apesar
dessas restrições e do distanciamento que mantinha das mulheres, que dele nunca
se tornavam mais íntimas apesar de se derreterem inteirinhas, o Negão Japonês
relacionava-se muito bem com todas as pessoas. Era um aluno brilhante, um jovem
alegre, espirituoso, começava a participar de campanhas publicitárias e ter
fotos estampadas em publicações importantes. Mas sabemos que neste mundo vil e
traiçoeiro nenhum segredo é guardado por muito tempo. Algum médico ou
curandeiro havia aberto o bico e certa noite a sua família recebeu a visita de
um empresário ucraniano, dono de um dos maiores circos do continente europeu.
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