A moça era muito
bela e aqueles pés já haviam sido responsáveis pela conquista de vários amores.
Ela mesma nunca tinha tomado quaisquer pés em sua formosa bunda. Se tivessem
cérebro dir-se-ia que aqueles pés tinham o mesmo pensamento. As unhas cresciam
de forma homogênea e eram bem pintadas, além de cuidadas por uma podóloga
periodicamente. O sincronismo no andar de Maria chamava a atenção de quem lhe
assistisse um mero três passos. Não marchavam passos em falso os seus pés. Eles
calculavam o tempo e o espaço milimetricamente antes de se alternarem entre o
ar e o chão, em uma deslocação graciosa, harmoniosa e repleta de sensualidade. Maria
foi despertada do seu devaneio quando os pés deram sinal de vida. Mal deixando
que pagasse a conta, saíram agitados do estabelecimento fazendo a jovem
esbarrar em pessoas aqui e acolá.
Caminhava Maria
pela calçada praticamente carregada pelos seus pés e completamente distraída
pela rara situação que vivenciava, quando subitamente foi cercada por três
meliantes que anunciaram um assalto. Antes que a própria Maria se pusesse a
gritar ou a obedecer aos malfeitores, o seu pé direito atingiu com dois golpes
certeiros a arma e a boca do primeiro assaltante, espalhando dentes pra todos
os lados. Em seguida, obrigada pela força das pernas, Maria rodopiou o corpo e
mandou outro golpe, este com o pé esquerdo, quebrando o nariz do segundo
assaltante e quase simultaneamente acertando violentamente o terceiro em suas
partes baixas. A partir daí foi uma seqüência de pancadas dignas de um Bruce
Lee. Todos os passantes assistiram a performance atônitos, mas ninguém mais
estupefato do que Maria, vendo aquela sucessão de pontapés e pernadas que nunca
pudera cogitar de saber. Os larápios ficaram desacordados e sangrando no chão.
Ela continuou batendo neles, o que motivou o apelo das pessoas para que
parasse. Pediram para a franzina e perigosíssima loirinha suspender o
espancamento, pois iria matar os três homenzarrões. Foi hilário e ao mesmo
tempo surpreendente para todos verem Maria tentando segurar as suas pernas com
as mãos, clamando para elas cessarem o ato violento. Maria lutou bravamente com
suas pernas e pés até que se desequilibrou e caiu no chão sob os olhares
incrédulos dos populares. Imediatamente os pés de Maria levantaram-na e passaram
a correr, mas a correr muito escapando facilmente dali. Naquele momento Maria
venceria com folga os 100 metros rasos na olimpíada ou bateria o recorde da
maratona de Nova York. Após mais de dez quilômetros cobertos rapidamente, Maria
viu que não precisaria mais de condução. Estava na entrada do prédio da empresa
em que trabalhava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário