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sábado, 14 de dezembro de 2019

OS PÉS DE MARIA - Parte 2


A moça era muito bela e aqueles pés já haviam sido responsáveis pela conquista de vários amores. Ela mesma nunca tinha tomado quaisquer pés em sua formosa bunda. Se tivessem cérebro dir-se-ia que aqueles pés tinham o mesmo pensamento. As unhas cresciam de forma homogênea e eram bem pintadas, além de cuidadas por uma podóloga periodicamente. O sincronismo no andar de Maria chamava a atenção de quem lhe assistisse um mero três passos. Não marchavam passos em falso os seus pés. Eles calculavam o tempo e o espaço milimetricamente antes de se alternarem entre o ar e o chão, em uma deslocação graciosa, harmoniosa e repleta de sensualidade. Maria foi despertada do seu devaneio quando os pés deram sinal de vida. Mal deixando que pagasse a conta, saíram agitados do estabelecimento fazendo a jovem esbarrar em pessoas aqui e acolá.

Caminhava Maria pela calçada praticamente carregada pelos seus pés e completamente distraída pela rara situação que vivenciava, quando subitamente foi cercada por três meliantes que anunciaram um assalto. Antes que a própria Maria se pusesse a gritar ou a obedecer aos malfeitores, o seu pé direito atingiu com dois golpes certeiros a arma e a boca do primeiro assaltante, espalhando dentes pra todos os lados. Em seguida, obrigada pela força das pernas, Maria rodopiou o corpo e mandou outro golpe, este com o pé esquerdo, quebrando o nariz do segundo assaltante e quase simultaneamente acertando violentamente o terceiro em suas partes baixas. A partir daí foi uma seqüência de pancadas dignas de um Bruce Lee. Todos os passantes assistiram a performance atônitos, mas ninguém mais estupefato do que Maria, vendo aquela sucessão de pontapés e pernadas que nunca pudera cogitar de saber. Os larápios ficaram desacordados e sangrando no chão. Ela continuou batendo neles, o que motivou o apelo das pessoas para que parasse. Pediram para a franzina e perigosíssima loirinha suspender o espancamento, pois iria matar os três homenzarrões. Foi hilário e ao mesmo tempo surpreendente para todos verem Maria tentando segurar as suas pernas com as mãos, clamando para elas cessarem o ato violento. Maria lutou bravamente com suas pernas e pés até que se desequilibrou e caiu no chão sob os olhares incrédulos dos populares. Imediatamente os pés de Maria levantaram-na e passaram a correr, mas a correr muito escapando facilmente dali. Naquele momento Maria venceria com folga os 100 metros rasos na olimpíada ou bateria o recorde da maratona de Nova York. Após mais de dez quilômetros cobertos rapidamente, Maria viu que não precisaria mais de condução. Estava na entrada do prédio da empresa em que trabalhava.

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