Os pés de Maria
a conduziram a uma academia de ginástica. Só faltava essa. Os seus pés
indiretamente estavam lhe afirmando que precisava queimar umas calorias. Sabia
que não adiantaria lutar contra, então pagou por algumas horas de tortura em
esteiras, bicicletas, piscinas, aparelhos de musculação, exercícios de
alongamento, ginástica rítmica e tudo o que qualquer viciado no culto à boa
forma poderia desejar. Não era o caso dela, que estava só um pouquinho fora do
peso ideal. Mas Maria parecia a Daiane dos Santos em inicio de carreira,
tamanho o afinco com que seus pés obrigaram-na a mergulhar rumo à saúde do
corpo.
Maria se
exercitou por longo tempo com a atenção de toda a academia, até que teve uma
idéia que para ser executada, necessitaria de muita coragem e perspicácia antes
que os seus pés descobrissem o seu intento. Seria dolorido, mas talvez se algum
daqueles pesos menores caísse em seus pés poderia deflagrar a volta à
normalidade. Cada vez que passava perto dos pesos ela media as possibilidades.
Nesse caso não era hesitação, era estratégia. Certa hora ela agiu, pegou um
peso e atirou sobre o seu pé direito gritando ‘toma filho duma putaaaaa... ’ Os
freqüentadores e instrutores da academia se sobressaltaram com aquilo e se
admiraram ao ver o pé direito de Maria desviar para o lado escapando de um
quase esmagamento por um triz. Maria agarrou-se num aparelho com uma das mãos e
com a outra passou a pegar pesos e atirar nos seus pés, mas eles desviavam de todos
com uma rapidez incrível. Os instrutores se aproximaram da maluca e a seguraram
fortemente para impedir que ela continuasse com aquele desvario, mas Maria
realmente perdera a razão e tudo o que viu pela frente usou para tentar atacar,
cortar, machucar, atravessar, fincar e ofender os próprios pés. Mas eles, os
pés de Maria, eram muito mais ágeis e a tiraram de perto dos instrutores e de
qualquer objeto que ela pudesse utilizar como arma. Pasmos, os clientes da
academia chamaram uma ambulância julgando que Maria havia fugido de algum
hospício. Devia ser uma louca com síndrome de autodestruição, uma suicida em
potencial, uma masoquista extremista tremendamente nociva à sociedade. Os pés
de Maria espertamente pularam uma janela aberta e a carregaram dali, afastando
qualquer risco ou chance dela ser aprisionada. Maria sorriu quando percebeu que
estava entrando outra vez em casa, no seu banheiro, embaixo da sua ducha para
mais um banho relaxante. Estava quebradíssima...
Os pés indicaram
a Maria em seu armário qual a roupa que ela deveria usar. Ela vestiu uma
calcinha justa, um vestidinho curto e leve, vestimenta adequada para aquela
tarde quente. Com seus seios firmes e volumosos, no auge dos seus 24 anos, soutiens
eram dispensáveis. Colocou a sandália preferida dos seus pés e lá foram
perambulando pelas ruas. Pararam em um restaurante de comidas naturais e Maria
nem pestanejou para fazer o seu prato, pois os pés paravam na frente das
verduras e legumes que, na opinião deles, ela deveria degustar. Maria gostava mesmo
é de uma suculenta picanha e suou para comer brócolis, pepino, escarola,
abobrinha, bolinhos de soja sem sal, xuxu refogado... Depois da frugal refeição
caminharam muito, até que os pés de Maria tomaram sentido mais definido. Ela
percebeu que eles iam à direção de um estabelecimento onde havia vários homens
na entrada. Ela ficou ressabiada, mas não tinha como recuar. Os pés se
apressaram e ela conseguiu ler a placa. Era uma casa de strippers. Maria gelou.
Qual era a intenção daqueles malditos pés? Desnudá-la inteira em sentimentos e
vergonhas? Fez menção de se virar para retornar, mas era impossível, já estava
dentro da casa, na beira do palco, os homens com a maior cara de tarados
aplaudindo e assobiando. Maria era cheia de pudores, nunca tinha transado com
um homem no primeiro encontro, tinha travas. Era linda, mas não tinha segurança
da sua beleza. Mesmo dona de um belo e delicioso corpo, sempre encontrava
defeitos nele, ou seja, nunca curtira o sexo de forma totalmente natural. A
música rolou e Maria foi retirada desses devaneios porque os seus pés começaram
a dançar, fazendo com que suas pernas se agitassem e sua cintura gingasse
sensualmente.
Lá estava Maria,
loirinha de olhos azuis, toda delicada, vendo aqueles nojentos babando por ela.
O pior é que ela nem tinha como gastar o tempo, por estar vestindo pouquíssimas
peças de roupa. Tirou uma sandália, jogou pro lado. Tirou a outra, jogou pro
outro lado e os urros da turba soaram vociferantes, efeito dos seus
maravilhosos pés que pareciam pintados por um artista romântico. Romântico e
sacana demais, porque os pés de Maria provocavam um tesão imensurável nos
homens. Ela se dirigiu ao cano colocado no centro do palco como se fosse uma
stripper experiente. Os seus pés fizeram com que suas pernas grudassem no cano
e ela subiu e desceu no ritmo da música, virou de ponta cabeça deixando o
vestido cair, ficando somente com a calcinha minúscula para mostrar ao bando de
depravados o seu corpo estonteante. Maria, ruborizada, no seu íntimo até que
começou a se excitar e a gostar daquela estória, apesar de não querer admitir.
Não tinha outro jeito mesmo, já estava quase nua. Largou o cano e os pés a
aproximaram da ponta do palco. Ela, dançando, virou de costas, foi abaixando devagarzinho
a calcinha deixando à mostra a sua bundinha saborosa e virgem. Os homens, de
olhos vidrados, ficaram todos de pé gritando e aplaudindo a moça efusivamente,
tipo um bando de gorilas vendo as macaquinhas no cio pulando de galho em galho.
Com a calcinha nas mãos, os pés a viraram de frente e para surpresa da platéia
fizeram com que Maria pulasse do palco para o meio dos homens onde foi
apalpada, acariciada, beijada, lambida, mordiscada, arranhada, estapeada e
chupada. Quando três homens pelados, ávidos por possuir Maria aproximaram os
seus membros da moça que já havia se liberado ao prazer devasso e à luxúria, os
seus pés resolveram acabar com tudo. Só deu tempo de vestir as sandálias, o
vestido e correr levada pelos seus pés com o coração disparado.
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