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sábado, 14 de dezembro de 2019

OS PÉS DE MARIA - Parte 5


Maria e seus pés andaram por horas pela cidade. A falta de autonomia na decisão de seus passos era insuportavelmente desagradável, mas ela sorriu lembrando-se da última aventura. Nunca ela teria conscientemente e por vontade própria, encarado uma situação como a que havia vivido. Maria considerava-se bonita dentro do normal, morria de vergonha de tirar a roupa pela primeira vez na frente de um namorado e mesmo com o aumentar da intimidade não se sentia completamente à vontade permanecendo nua por muito tempo. Aquela experiência realmente mexera com ela, com os seus desejos reprimidos. Sim, ela curtira ter provocado aquele bando de desequilibrados. Dizem que muitas mulheres fantasiam secretamente realizar ensaios eróticos para uma revista masculina e Maria, que nunca fantasiara nada, descobrira um lado totalmente desconhecido para ela, um lado que os seus pés lhe mostraram e sem que ela quisesse a fizeram explorar.

A jovem chegou à faculdade onde cursava economia. Os seus pés a levaram até a sala de aula e a posicionaram no centro da primeira fileira de carteiras. O professor de estatística, um senhor de meia idade metido a moralista, um verdadeiro carola, adentrou o recinto iniciando as suas tediosas explicações. Quando os alunos permaneciam todos quietos na sala executando os trabalhos solicitados, Maria, naquele momento sem tantos pundonores, pensou que seria engraçado provocar o homem com uma cruzada de pernas a lá Sharon Stone. Ela acabara de lembrar que a sua calcinha havia sido deixada no palco da casa de streaptease. Aquela maluquice toda realmente estava mexendo com Maria. Nunca ela pensaria uma bobagem como aquela. Não era o seu feitio, não combinava com o jeito dela, arredia a essas estripulias mundanas. Não era uma jovem tão certinha e também não saia tanto dos padrões, ou seja, transitava num nível de ações convencionais. Não ultrapassava as barreiras medíocres das regras morais vigentes e recomendadas pela sociedade. Mas ela estava muito tentada a realizar aquela brincadeira, que nem era tão ousada assim. Esforçou-se em mover as pernas, mas ela havia se esquecido de um detalhe fundamental. Não combinara aquilo com seus pés, que pareciam não ter a menor intenção de lhe dar independência por alguns instantes, nem para um ato de banalidade. Não conseguiu deslocar as pernas um milímetro por mais que forçasse. Ia continuar com zero em estatística, pensou Maria com o lindo rosto emburrado por não poder andar com os próprios pés.

Os pés de Maria, entretanto, tinham planos bem mais atrevidos para a moça naquela noite de sexta feira. A jovem tinha uma queda oculta por um rapaz de quem era colega de classe, que gostava dela, vivia lhe dando cantadas e convidando para sair, mas Maria sempre recusava, não se permitindo entregar ao propósito saudável de ser possuída. Nessa noite os pés de Maria aceleraram os passos, fazendo com que a moça alcançasse o amigo. Os dois ficaram lado a lado, o que deixou o rapaz sensivelmente feliz e Maria um pouco corada e constrangida, pois não sabia quais seriam as intenções dos seus pés. Literalmente ela estava nas mãos dos seus pés! O estacionamento era distante e Maria foi obrigada a ficar bem juntinho, caminhando grudadinha com o amigo, o que o deixou excitado e fez com que a abraçasse e perguntasse se ela toparia ir tomar um vinho na casa dele. Ele não sabia, mas ela já estava indo, não tinha como voltar, escapar, não poderia recusar desta vez. Maria estava sem alternativas e se controlasse as suas pernas elas estariam tremendo, porque a moça estava com um misto de frio na barriga e um calor insuportável em todo o corpo. Mas os pés de Maria não tremeram e seguiram resolutos até o carro do rapaz, que nem acreditou quando abriu a porta do automóvel e a sua paixão entrou sem pestanejar.

Já no apartamento o rapaz ficou perplexo com a desenvoltura de Maria, que sem delongas foi para o quarto e sentou-se em sua cama. Ele nem percebeu o olhar da moça, que continha uma mistura de tesão com revolta por estar sendo praticamente violentada pelas ordens dos seus pés. O apaixonado amigo, estimulado pelo ar decidido que via em Maria, também nem pestanejou e tirou toda a roupa em pé, bem na frente dela e quando estava completamente nu, meu Deus, pensou Maria. Como podia um rapaz de tamanho mediano ter um pau tão descomunal? O cara não era um simples bem dotado, ele era o próprio Homem de Itu. O famoso Homem Jegue estava ali na frente dela e o pau dele já estava na sua boca, indo e vindo até a sua garganta virgem. A jovem imaginou o que a esperava. O rapaz retirou o vestido dela e ficou louco quando a descobriu sem calcinha, sem mais nada por baixo. Ali estava o sonho de consumo sexual dele só de sandálias na sua cama. As sandálias logo foram dispensadas, o que fez o privilegiado ter a libido subir aos píncaros, pois estava beijando os famosos, maravilhosos e deslumbrantes pés de Maria, que ficou com ciúme, pois aqueles pés não eram mais dela e ela estava toda nua, pronta para ter momentos que nunca se deixara desfrutar na vida.

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